terça-feira, 16 de outubro de 2007

Um ato de humanidade


O Prêmio Nobel foi criado em 1901, cinco anos após a morte de Alfred Nobel, o inventor da dinamite. Logo após a sua morte, Nobel deixou em seu testamento todas as instruções para a criação do prêmio, que é concedido anualmente.

Albert Arnold Gore Jr., ex-vice-presidente dos Estados Unidos e atual ativista ambiental, e o Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês) receberam o prêmio Nobel da Paz 2007.

Al Gore e o IPCC dividirão o valor de U$3 milhões, recebidos pela luta na preservação do meio ambiente e por divulgar o seu conhecimento sobre as mudanças climáticas e seus efeitos em nosso planeta.

Este ano, houve 181 indicados para o Prêmio Nobel da Paz. Nomes como o de Watt-Cloutier, 53 anos, chegaram a ser cotados para levar o prêmio de melhor ambientalista. Watt-Cloutier mostrou como as mudanças climáticas estão ameaçando a vida dos povos indígenas que vivem no Ártico. Irena Sendler também foi nomeada por seu trabalho de heroísmo durante o Holocausto, na Segunda Guerra Mundial, quando salvou 2,5 mil crianças da morte.

Cada Prêmio tem um método de selecionar seus vencedores. A Real Academia de Ciências da Suécia se dedica a escolher o prêmio Nobel de Física, de Economia e de Química. Os vencedores de Literatura são escolhidos pela Academia de Letras da Suécia.

A Assembléia Nobel do Istotuto Karolinska define os ganhadores de Medicina. Já o Nobel da Paz é escolhido por um comitê de cinco membros, todos indicados pelo Parlamento da Noruega. Quase um ano se passa entre a indicação dos nomes e a definição dos ganhadores.

Al Gore já havia obtido o Oscar pelo seu filme "Uma verdade Inconveniente", que mostra as causas das catástrofes ambientais e aponta soluções para esse problema.

Graças a esse prêmio, muitos como Gore, Pachauri (presidente do IPCC), Watt-Cloutier e Sendler podem mostrar-nos o que é fazer um ato de humanidade para o nosso planeta e ser reconhecidos por estes atos.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

As Nações Unidas são o melhor instrumento para enfrentar os desafios do mundo de hoje?


Este foi um dos temas abordados no discurso do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na abertura da 62ª Assembléia-Geral das Nações Unidas. No dia 25 de setembro de 2007, nosso presidente foi à Assembléia para dar um discurso que discutia os diversos problemas de várias nações; como pobreza, doenças e especialmente o caos climático e o modelo de desenvolvimento global. Durante seu discurso, Lula disse:

“Não nos iludamos: se o modelo de desenvolvimento global não for repensado, crescem os riscos de uma catástrofe ambiental e humana sem precendentes.”

Durante seu discurso, Lula criticou que muitos usam o contrário do bom senso para obter lucro e riqueza a qualquer preço. Também disse que os preços que a humanidade vai pagar por destruir as fontes materiais e espirituais será muito grande e que se quisermos salvar o patrimônio comum, teremos de impor uma nova e equilibrada repartição das riquezas.

Nas próximas linhas vai o discurso que Lula deu para a Assembléia que por sinal muito bem recebido pelo resto das nações.

“...É preciso reverter essa lógica aparentemente realista e sofisticada, mas na verdade anacrônica, predatória e insensata, da multiplicação do lucro e da riqueza a qualquer preço. Há preços que a humanidade não pode pagar, sob pena de destruir as fontes materiais e espirituais da existência coletiva. Sob pena de destruir-se a si mesma. A perenidade da vida não pode estar à, mercê da cobiça irrefletida. O mundo, porém, não modificará a sua relação irresponsável com a natureza sem modificar a natureza das relações entre o desenvolvimento e a justiça social. Se queremos salvar o patrimônio comum, impõe-se uma nova e mais equilibrada repartição das riquezas, tanto no interior de cada país como na esfera internacional. A eqüidade social é a melhor arma contra a degradação do planeta. Cada um de nós deve assumir sua parte nesta tarefa. Mas não é admissível que o ônus maior da imprevidência dos privilegiados recaia sobre os despossuídos da terra.

Os países mais industrializados devem dar exemplo. É imprescindível que cumpram os compromissos estabelecidos pelo Protocolo de Kyoto. O Brasil lançará em breve o seu Plano Nacional de Enfrentamento às Mudanças Climáticas. A Floresta Amazônica é uma das áreas que mais poderão sofrer com o aquecimento do planeta. Mas há ameaças em todos os continentes: elas vão do agravamento da desertificação até o desaparecimento de territórios ou mesmo de países inteiros pela elevação do nível do mar.

O Brasil tem feito esforços notáveis para diminuir os efeitos da mudança do clima. Basta dizer que, nos últimos anos, reduizmos a menos da metade do desmatamento da Amazônia. Um resultado como esse não é obra do acaso. Até porque o Brasil não abdica, em nenhuma hipótese, de sua soberania nem de suas responsabilidades na Amazônia. Os êxitos recentes são fruto da presença cada vez maior e mais efetiva do Estado Brasileiro na região, promovendo o desenvolvimento sustentável-econômico, social, educaiconal e cultura-de seus mais de 20 milhões de habitantes. Estou seguro de que nossa experiência no tema pode ser útil a outros países...

Senhoras e senhores,

Não haverá solução para os terríveis efeitos das mudanças climáticas se a humanidade não for capaz também de mudar seus padrões de produção e consumo. O mundo precisa, urgentemente, de uma nova matriz energética. Os biocombustíveis são vitais para construí-la. Eles reduzem significativamente as emissões de gases no efeito estufa. No Brasil, com a utilização crescente e cada vez mais eficaz do etanol, evitou-se nestes 30 últimos anos a emissão de 644 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera...

A sustentabilidade do desenvolvimento não é apenas uma questão ambiental; é também um desafio social. Estamos construindo um Brasil cada vez menos desigual e mais dinâmico. Nosso país voltou a crescer, gerando empregos e distribuindo renda. As oportunidades agora são para todos. Ao mesmo tempo em que resgatamos uma dívida social secular, investimos fortemente em educação de qualidade, ciência e tecnologia. Honramos o compromisso do Programa Fome Zero ao erradicar esse tormento da vida de mais de 45 milhões de pessoas. Com dez anos de antecedência, superamos a primeira das Metas do Milênio, reduzindo em mais da metade a pobreza extrema. O combate à fome e à pobreza deve ser preocupação de todos os povos. É inviável uma sociedade global marcada pela crescente disparidade de renda. Não haverá paz duradoura sem a progressiva redução das desigualdades...

Senhor presidente,

As Nações Unidas são o melhor instrumento para enfrentar os desafios do mundo de hoje. É no exercício da diplomacia multilateral que encontramos os meio de promover a paz e o desenvolvimento. A participação do Brasil, em conjunto com outros países da América Latina e do Caribe, na Missão de Estabilização no Haiti simboliza nosso emprenho de fortalecer o multilateralismo...O Brasil continuará a trabalhar para que essa expectativa tão elevada se torne realidade.

Muito obrigado.”

Fiquei muito bem impressionada como nosso presidente conseguiu abordar todos os problemas que estamos passando durante estes anos em apenas um discurso. Foi um texto bem escrito e explicando claramente tudo o que o Brasil pretende fazer para mudar.

Quando terminei de ler este texto, eu me deparei com uma pergunta: Se o Brasil continuar a trabalhar para que as expectativas das Nações Unidas sejam tornadas realidade, quais são as metas que os países de primeiro mundo terão para ultrapassar as expectativas das Nações Unidas?