domingo, 30 de setembro de 2007

"Vamos salvar a raça humana"-Arnaldo Jabor

Colocar videos no blogger dá mais um ênfase.

Sou grande admiradora do Arnaldo Jabor. Ele é um dos comentaristas mais inteligentes, que sabe do que está falando. Passei ontem a noite pesquisando entrevistas pela internet e me deparei com parte de uma gravação do Jornal da Globo. Nela, Jabor mostra como os problemas que temos hoje em dia seguem uma sequência e se agravam cada vez mais:

"...O petróleo move o mundo, faz o Bush atacar o Iraque, cria o Osama, arma o Chavez..."

Jabor, fazendo uma ironia nos mostra como criamos conflitos desnecessários e que quando enfrentados com eles, no caso do meio ambiente, ninguém sabe o que fazer e nem o que falar.

Neste video, um dos comentários em que se dá mais ênfase é:

"...e o cômico é que nos referimos aos problemas ambientais como sendo uma ameaça da natureza...que nada! A Natureza não está nem ai. Já morreu dinossauro, já houve idade do gelo, chuva de asteróide, e a natureza continua numa boa! Quem vai acabar é a raça humana. A natureza está pouco se lixando para nós..."



quinta-feira, 27 de setembro de 2007

EUA insistiram que levam a sério o aquecimento global


Nesta quinta-feira, o presidente George W. Bush convocou uma reunião com o propósito de discutir o aquecimento global. Muitos ambientalistas e participantes estão preocupados que os Estados Unidos estejam tentando obter cortes voluntários nas emissões de carbono, quando o grande propósito é das metas compulsórias estabelecidas no Protocolo de Kyoto. Condoleezza Rice, a secretária norte-americana de Estado, disse no início da conferência: "Quero salientar que os Estados Unidos levam a mudança climática muito a sério, já que somos tanto uma grande economia quanto um grande emissor." Outros aliados de Bush estão bastante otimistas em colaborar com o aquecimento global, pois eles sabem que a mudança climática é um problema do mundo inteiro, e como são paises do primeiro mundo, os EUA estão preparados para ampliar a liderança deles e enfrentar o desafio com unhas e dentes.

Como todos nós sabemos, os Estados Unidos é um dos países que mais emite gases que estão causando a elevação de temperaturas a subirem em niveis catastróficas. E Bush, que rejeita o Protoco de Kyoto, continua resistindo a metas compulsórias, e defende ao invés disso outras idéias como metas desejáveis de longo prazo.

Defendendo a teoria de Bush, Rice disse que cada país deve estabelecer as próprias metas de redução dos gases efeito estufa. Já as outros discordam com a idéia de Rice
dizendo que é essa a diferença entre a abordagem dos EUA e a abordagem do resto do mundo, mostrando que os Estados Unidos realmente quer é defender seus interesses nacionais e manter a sua liderança mundial.

Já os ambientalistas de grupos como o Greenpeace fizeram uma manifestação em frente à sede do Departamento de Estado criticando o George W. Bush com cartazes chamando Bush de "criminoso." John Passacantando, diretor do Greenpeace nos EUA e que estava comandando a passeata em frente à sede, diz que o presidente Bush está levando o mundo na direção errada na questão dos problemas climáticos. Disse também que a reunião que Bush convocou nada mais é um esforço de propaganda para que Bush se afaste das críticas que outras nações fazem dele em relação ao aquecimento global.

Os Estados Unidos, como líder das nações industrializadas do mundo, têm conseguido defender seus interesses nacionais. Onde ficaria o mundo se todas nações colocassem o seu próprio interesse em primeiro lugar. Teríamos resultados globais catastróficos inimagináveis?

sábado, 15 de setembro de 2007

Até que ponto vamos chegar?


O Parque Nacional da Chapada dos Guimarães recebe milhares de turistas. Com o incêndio da seca, 15% da reserva foi queimada em apenas oito dias e, conseqüentemente, brigadistas precisaram receber reforço ao combate às chamas.

Véu de Noiva, uma região de nascentes e cachoeiras, é um dos pontos mais visitados recebendo 120 mil turistas por ano. Teve que ser fechada para a visitação desde que o incêndio começou.

O trabalho de apagar as chamas é bem mais difícil por terra e então transporte aéreo é mais confiável e rápido. Infelizmente isso teve que ser interrompido, pois as montanhas começaram a pegar fogo e precisavam de mais assistência. Motobombas, que retiram água dos rios e injetam nos tanques irão acelerar mais o trabalho e facilitar o trabalho dos brigadistas.

O major Abadio Cunha, da Defesa Civil de Mato Grosso afirmou que o incêndio tomou proporções muito grandes, aproximadamente 10 quilômetros de linha.

Estados como o Pará estão em estado de alerta. Com a falta de fiscalização para conter as queimadas provocadas por fazendeiros, o fogo avançou a noite e foi indo em direção a região da Amazônia.

O motivo que a fiscalização tem que estar em cima dos fazendeiros é porque os fazendeiros ateiam fogo para renovar as pastagens para abrir novas áreas de criação do seu gado e isto é considerado queimadas criminosas. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, de janeiro a agosto deste ano, as queimadas em áreas de preservação cresceram 43% em relação ao mesmo período do ano passado.

Acho que o que os fazendeiros fazem para renovar as pastagens é uma ignorância porque eles sabem muito bem as unidades de conservação e o prejuízo em todos os sentidos seja socialmente, financeiramente, e sem falar dos danos que causam a saúde e continuam destruíndo o meio ambiente para o próprio bem deles.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

É a Culpa da Natureza ou dos Humanos?


Como todos sabem, eu estou dando com se fosse um retro de todos os casos que foram ligados ao homem e a destruição do meio ambiente. Um outro exemplo que darei aqui é o caso que aconteceu em 2005 nos Estados Unidos com o furacão Katrina que atingiu e destruiu cidades grandes como a cidade do jazz, New Orleans.
A tempestade tropical que completou 2 anos em agosto deixou 80% da cidade inundada, matou milhares de pessoas e danificou 200 mil residências.
Em 2006, um estudo foi publicado por climatologistas oferecendo dados completos para aquilo que ambientalistas vinham tentando fazer desde o final do ano passado: culpar o aquecimento global pela temporada de furacões devastadores em 2005.
O trabalho que foi escrito por dois climatologistas, Kevin Trenberth e Dennis Shea, calculando as ações humanas sendo a razão principal do aumento da temperatura média das àguas Atlântico Norte tropical. O estudo também descarta a hípotese de que efeitos colaterais como El Niño--distribuição da temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico, com profundos efeitos no clima. Estes eventos modificam um sistema de flutuação das temperaturas daquele oceano chamado Oscilação Sul - teriam sido as principais causas dos furacões como Katrina.
Para derrubar as teorias de que El Niño podia ter sido uma das principais causas dos furacões, os cientistas usaram cálculos e grande quantidade de dados no estudo. Para poder comparar e derrubar as teorias, Trenberth e Shea recorreram a um histórico de temperaturas do oceano que tinham dados climatológicos de 1900 a 1970. Infelizmente o trabalho de Kevin Trenberth e Dennis Shea virou alvo de crítica, pois coloca a culpa nos humanos, e não em fenômenos naturais.
Do outro dia, eu estava sentada vendo uns videos na televisão. Passou um clipe da banda U2 e Green Day cantando uma música relacionada com os acontecimentos da natureza, especialmente do furacão Katrina e New Orleans. Mostra cenas que nunca iriamos imaginar que pudessemos ver. Bono Vox, vocalista do U2, é integrante da ONU. Achei um verdadeiro exemplo de cidadania de Bono para mostrar um pouco do que ele tem acesso a ver que nós não podemos ver.
Aqui embaixo vai o clipe deles que achei no youtube.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

A internacionalização da Amazônia


“Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa.”
Cristovam Buarque

Como comentamos que muitos querem comprar a nossa floresta, pesquisei pessoas que são contra a sua internacionalização e achei um texto de Cristovam Buarque sobre a privatização da Amazônia. Um texto escrito em 2000, comovente, bonito e muito bem escrito. Ele afirma que se internacionalizamos a Amazônia, devemos então internacionalizar tudo que está à nossa volta para assim, assim, quebrar as barreiras políticas e econômicas e a socialização de investimentos em saúde, cultura, educação e meio ambiente.

Buarque usa alguns argumentos como “Nova York, como sede das Nações Unidas, deveria ser internacionalizada,” ou até “Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humana.” Foram algumas respostas dadas a uma provocação feita por um jovem debatedor em um encontro em Nova York, enquanto a megalópole sediava o Fórum do Milênio, das Nações Unidas. O jovem repetia argumento de vários outros estrangeiros, a intervenção estrangeira para a resolver os problemas na Floresta Amazônica e com aquele famoso lema: “A Floresta Amazônica não é apenas do Brasil. É do mundo.”

O texto “A Internacionalização do Mundo,” de Cristovam, transformou-se em verdadeiro lema para todos aqueles que defendem a idéia com unhas e dentes de que a nossa floresta não deve ser internacionalizada. Com este texto, Buarque consegiu que o tema do meio ambiente ganhasse espaço na mídia e que todos os que leram se emocionassem com a idéia de que se é para internacionalar um patrimônio, deve-se internacionalizar todos. Parabéns Cristovam!

A internacionalização do mundo

O Globo – 10/10/2000

“Fui questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia, durante um debate, nos Estados Unidos. O jovem introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro. Foi a primeira vez que um debatedor determinou a ótica humanista como o ponto de partida para uma resposta minha. De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia.

Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Respondi que, como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, podia imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.

Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia é para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Os ricos do mundo, no direito de queimar esse imenso patrimônio da humanidade.

Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.

Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar que esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, possa ser manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.

Durante o encontro em que recebi a pergunta, as Nações Unidas reuniam o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu disse que Nova York, como sede das Nações Unidas, deveria ser internacionalizada.

Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro. Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de ir à escola.

Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar; que morram quando deveriam viver.

Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa.”